Como a Opus Dei deixa o ‘sigilo’ e retoca sua imagem

Aproveitando-se
da guinada conservadora da Igreja Católica, a instituição retratada no
Código Da Vinci abandona a estratégia do sigilo e promove um esforço
global de comunicação para disfarçar seus laços com a extrema-direita e
valorizar o que a identifica com a ”modernidade” capitalista. Leia
abaixo artigo de Jérôme Anciberro para o Le Monde Diplomatique.



Camino 999… Não há o que
discutir, o título é eficiente. Jean-Jacques Reboux, fundador e diretor
da editora Après la Lune, não esconde sua satisfação, quase um ano após
o lançamento do livro [1]. “Estávamos tentando imaginar um título para
o romance e este surgiu de repente”, diz. “Camino 999 faz referência
direta ao mais conhecido livro de José-Maria Escrivá de Balaguer, o
fundador da Opus Dei. Tal obra, de instrução religiosa, contém 999
sentenças. Se você virar os algarismos de cabeça para baixo, obterá
666, o número da Besta, tal como ele aparece no Apocalipse. Para um
romance policial, é uma solução bastante divertida”.
 


Talvez seja isso que, na primavera de 2007, chamou a
atenção da Opus Dei para o romance de Catherine Fradier, uma autora
conhecida no meio da literatura policial de língua francesa. De outra
forma, sua notoriedade não alcançaria os escritórios dessa organização
da Igreja Católica, que conta com 80 mil integrantes em todo o mundo e
em nada se assemelha a um clube literário. Camino 999 apresenta uma
imagem particularmente pouco lisonjeira da Opus Dei. Nele, a confraria
aparece como uma organização mafiosa que não hesita em recorrer ao
assassinato para proteger seus negócios. Citados em juízo pela Prelazia
da Opus Dei na França -– que criticava o romance por ele misturar
elementos reais (nomes de dirigentes, por exemplo) com ficção e por
ser, supostamente, difamatório —, Catherine Fradier e Jean-Jacques
Reboux não foram condenados. A citação foi declarada nula pelos
magistrados do Tribunal de Grande Instância de Paris.

 
“O caso não foi julgado em sua substância”, lamenta
Arnaud Gency, um numerário [2] da Opus Dei, responsável pela
comunicação da Prelazia na França. “De uma forma ou de outra, as
pessoas precisam compreender que não dá mais para continuar dizendo
qualquer coisa a nosso respeito”. Para bom entendedor…

 
Excetuada a Companhia de Jesus, nenhuma organização
católica jamais suscitou tantas publicações de livros, panfletos,
artigos ou reportagens acusadoras quanto a Opus Dei [3]. A lista das
queixas tradicionalmente formuladas a seu respeito coincide mais ou
menos com a de todas as torpezas imagináveis: manipulação mental;
crueldade psicológica para com os integrantes [4]; rigidez intelectual;
sadomasoquismo; atividades de lobby, de inspiração fascista,
fundamentalista ou ultraliberal, conforme o caso; infiltração nos
núcleos do poder eclesiástico, político ou econômicos, com objetivos
escusos; e por aí vai.

 
A própria discrição da organização contribuiu para
alimentar esse fascínio. Até 1982, ano no qual o papa João Paulo II
elevou a Opus Dei à classe de “prelazia pessoal”, os seus membros eram
convidados a não revelar o culto ao qual pertenciam. Contudo, segundo
os estatutos, a Opus Dei só visa ajudar seus fiéis a se santificarem
“na vida ordinária” por meio do “exercício das virtudes cristãs”. É no
meio do mundo, em particular no âmbito do trabalho, considerado uma
verdadeira prece, que os fiéis devem supostamente viver a
“espiritualidade laica”, que faz a especificidade da Obra.

 
Nesse contexto de segredo, a denúncia do suposto
pertencimento de personalidades públicas à Opus Dei é freqüente. Além
disso, na França, os participantes de discussões públicas realizadas em
locais administrados pela Obra podem seguir carimbados durante anos com
a etiqueta “Opus Dei” ou “ligado à Opus Dei”. Desta maneira, foram
“opucizados” os grandes empresários Claude Bébéar, Didier
Pineau-Valencienne e Louis Schweitzer (um protestante!).

 
Na verdade, embora existam exemplos famosos de
ministros, altos-funcionários ou empresários membros da Obra [5], o
fato de ocupar um cargo de poder e de professar ao mesmo tempo um
catolicismo intransigente não constitui em si uma evidência de
pertencimento à Opus Dei.

 
Por muito tempo, a Obra permitiu que sua “lenda
negra” ganhasse corpo, dando a impressão de não se preocupar em demasia
com isso. Inscrevendo-se em uma cultura católica marcada pela
desconfiança em relação à mídia e pela ojeriza à propaganda (salvo a
recente e notável exceção de João Paulo II, que foi um mestre na
matéria), a Prelazia mantinha um serviço mínimo em matéria de
comunicação. No entanto, no intervalo de uma dezena de anos, a
organização operou uma verdadeira revolução nesse campo. “É um
princípio básico da comunicação institucional: se você mesmo não disser
quem é, outros falarão em seu lugar e dirão quem você não é. Nós talvez
não estivéssemos suficientemente conscientes disso no passado”, explica
Arnaud Gency.

 
Tudo começou em 1992, quando a beatificação do
fundador da Obra, Escrivá de Balaguer, revelou-se bastante difícil, ao
menos no plano da mídia [6]. As reações hostis se multiplicaram. No
interior da Igreja, era muito difícil encontrar bispos que apoiassem
ativamente a iniciativa. Enquanto a polêmica ganhava força, os serviços
de comunicação da Obra limitavam-se a contatar alguns jornalistas para
lhes oferecer informações sobre a vida e a obra de Escrivá — com efeito
quase nulo. O grande público seguia informado por meio de artigos e
reportagens em geral muito críticos. “Nós permanecíamos na defensiva.
Avaliando os fatos, concluímos que precisávamos dar mostras de muito
mais profissionalismo”, admite Juan Manuel Mora, diretor de comunicação
da Obra de 1991 a 2006.

 
A Opus Dei dispunha, então, de amplas reservas de
competências, as quais incluíam comunicadores, jornalistas e
professores, além de pesquisadores da Faculdade de Comunicação da
Universidade de Navarra, fundada pela organização em 1952. Uma nova
estratégia passou a ser implementada, baseada no conceito de
“pró-atividade”: comunicar antes que as polêmicas fossem deflagradas.

 
Essa técnica foi utilizada na campanha de imprensa em
torno da canonização do fundador, anunciada para 2002. A Opus Dei
contatava os jornalistas com grande antecedência, oferecendo-lhes
informações detalhadas, desdobrando-se em amabilidades nas relações
pessoais e tentando algumas “operações portas abertas”, nas quais
franqueava para o público seus centros e residências. A estratégia
mostrou-se altamente eficaz. A polêmica a respeito do fundador
continuou, mas sua intensidade nada tinha a ver com aquela de 1992 e
dos anos seguintes.

 
Além disso, no âmbito da Igreja, a Opus Dei também
contava com uma conjuntura favorável. No curso de dez anos, o
catolicismo progressista perdeu uma ampla fatia de sua audiência. No
período anterior, eram os católicos progressistas que, na maioria dos
casos, alimentavam a imprensa com informações. Com o seu silenciamento,
pela cúpula do Vaticano, o campo ficou livre para os conservadores [7].
Por fim, a canonização do fundador, que equivale a uma espécie de
certificado de garantia, tornou mais difíceis as críticas à instituição
no seio do catolicismo. Elas existem até hoje, mas emanam das margens
da Igreja ou são proferidas de maneira discreta.

 
Portanto, a “opinião pública” já estava bastante
“amaciada” quando desabou o temporal representado pelo Código Da Vinci,
o romance de Dan Brown, publicado em 2003 pela editora Doubleday. Num
primeiro momento, a Prelazia limitou-se a atender a todos os pedidos de
informação, esforçando-se por evitar polêmicas. Porém, a adaptação do
romance para o cinema, realizada pela Sony Pictures, obrigou a Obra a
adotar uma estratégia de crise. As decisões foram tomadas em 10 de
janeiro de 2006, por ocasião de uma reunião, em Roma, dos responsáveis
pelos centros de informação da Opus Dei em Nova York, Londres, Paris,
Madri, Colônia, Montreal e Lagos. Nela, os participantes falaram em
transformar “os limões em limonada” [8].

 
No mundo inteiro, os serviços de comunicação passaram
a dar mostras de um empenho redobrado, respondendo a praticamente todas
as solicitações da mídia. E afinaram o seu elenco de argumentos para
fazer frente a perguntas que, de modo quase sistemático, giravam em
torno da “lenda negra”, retomada pelo best-seller de Dan Brown . A Opus
Dei não demorou a disponibilizar seu novo site na Internet, com
conteúdo traduzido em 22 línguas, e que o escritor Umberto Eco chegou
até mesmo a recomendar, quando se cansou das constantes indagações que
eram feitas a respeito da veracidade do Código Da Vinci [9]. Os
principais veículos da imprensa dedicaram dossiês à organização e, em
certos casos, até reportagens de capa (Time, Le Figaro Magazine etc).
As televisões entraram nas “residências” que organizavam jornadas de
“portas abertas para o público”.

 
A imagem que Dan Brown oferece da Opus Dei é
certamente grotesca. Mas, como a organização estava muito bem preparada
para a tempestade, esta lhe permitiu virar o jogo a seu favor. “O
Código Da Vinci acabou sendo um ótimo negócio para a Opus Dei”, avalia
Christian Terras, diretor da revista católica progressista Golias. “O
livro lhe permitiu reabilitar sua imagem, comunicando detalhes
saborosos para os meios de comunicação, embora estes, em sua maioria,
fossem perfeitamente secundários”.

 
Um único exemplo basta para provar a afirmação: um
dos protagonistas mais sinistros do romance tem por nome Silas.
Trata-se de um albino psicopata, apresentado como “monge da Opus Dei”,
a serviço dos chefes da organização. Primeiro, us Dei, o verdadeiro,
explicou que não existiam monges na organização — o que é correto.
Depois, apresentou para o público um extra-numerário cujo nome era
exatamente Silas, igual ao do assassino do romance. Tratava-se de um
pacífico pai de família, corretor na Bolsa de Nova York, e de origem
nigeriana, portanto negro. Evidentemente, os meios de comunicação se
deliciaram com essa brincadeira visual, tornando a imagem da Opus Dei
muito mais simpática.

 
‘Não sei sesomos bons”, diz, sorrindo modestamente,
Manuel Sanchez, numerário responsável pelas relações com a imprensa
internacional, no birô de informação da Opus Dei. ”Mas parece claro
que acumulamos uma certa experiência”. Esta tem sido colocada a
serviço de toda a Igreja Católica. Em Roma, a Pontifícia Universidade
da Santa Cruz, que depende diretamente da Opus Dei, abriga quatro
faculdades: teologia, filosofia, direito canônico e comunicação
institucional. Esta última é a única do gênero no mundo universitário
católico. Forma especialistas para as conferências episcopais
nacionais, dioceses e de outras instituições da Igreja. Os estudantes,
que em sua maioria não são membros da organização, afluem do mundo
inteiro para ter acesso às técnicas mais avançadas na área. Além de
preparar quadros altamente competentes, a instituição funciona como uma
vistosa vitrine da Obra, emprestando-lhe um ar moderno de absoluta
normalidade.

 
De fato, a Opus Dei combina um corpo doutrinário
conservador com elementos decididamente modernos. E isso pode
desorientar os observadores. Ao contrário de vários expoentes do
catolicismo fundamentalista, Escrivá levou a sério – para melhor
dominá-lo – o movimento geral de secularização e de autonomização da
sociedade. Ao preconizar, por exemplo, a santificação por meio do
trabalho na vida cotidiana, ele rompeu com a idéia, enraizada no
imaginário católico, de que os padres e freiras, em função de sua total
disponibilidade para as coisas da religião, ocupavam uma posição melhor
do que os outros na corrida rumo ao Reino de Deus [10]. Mas essa
“democratização da santidade” jamais ameaça a supremacia clerical na
organização. São mesmo os padres que ocupam os postos de comando,
enquanto os numerários cuidam principalmente da formação dos
seguidores. Ao mesmo tempo, o enquadramento espiritual rigoroso ao qual
se submetem os seus membros (missa cotidiana, recitação do rosário,
exame de consciência, confissão semanal, retiro mensal etc.) limita
drasticamente os riscos de desvios libertários.

 
A Opus Dei é acusada de ter como objetivo fundamental
o controle das esferas de poder. Mas sua real influência na sociedade é
muito difícil de dimensionar, uma vez que os responsáveis afirmam não
dispor de estatísticas sobre a condição sócio-profissional dos
integrantes. No entanto, é notório o seu interesse por certos meios
intelectuais e o seu empenho na formação dos membros. Quem quer se
tornar numerário deve ter diploma universitário e os padres da
organização são incentivados a obter o doutorado. Além disso, a Obra
administra um grande número de residências estudantis – locais
evidentemente propícios para o recrutamento.

 
Nos anos do pontificado de João Paulo II,
multiplicaram-se as nomeações de membros da Opus Dei para a Cúria
Romana e os episcopados, especialmente os da América Latina. A esse
respeito, a entrega do serviço de imprensa do Vaticano ao numerário
Joaquin Navarro-Vals foi emblemática. Nomeado em 1984, ele permaneceu
por 22 anos no cargo. Tal posição não deve ser encarada como um trunfo
pessoal, pois, como afirma Giovanni Avena, diretor da agência de
informação religiosa Adista, a coerência doutrinal dos membros da Opus
Dei é muito grande: “Encontramos entre os jesuítas, entre os
franciscanos e entre os integrantes de outras ordens, um amplo leque de
opiniões ou de opções teológicas, que abrange desde o progressismo mais
irrequieto até o tradicionalismo. Não é o caso da Opus Dei, que formata
teologicamente seus membros”.

 
As relações entre a Opus Dei e o regime franquista
espanhol (1939-1975) foram profundas e duradouras [11]. E tal
experiência funcionou como uma espécie de incubadora ideológica da
organização. No âmbito desse sistema ditatorial, os membros mais
influentes da Obra, vários deles ministros de primeiro plano, atuaram
como tecnocratas, impulsionando uma modernização econômica de tipo
liberal, na qual a Obra se encontra perfeitamente à vontade, e não uma
teocracia totalitária, tal como a fantasiava a Falange. Esse perfil se
mantém atualmente nos Estados Unidos, onde, em média, os membros da
organização se mostram mais inclinados aos projetos da direita clássica
do que aos da extrema-direita.

 
A verdade é que o enquadramento ideológico que vem
ocorrendo na Igreja desde os primeiros anos do pontificado de João
Paulo II (1978-2005) contribui para a relativa normalização da imagem
da Opus Dei entre os católicos e, por extensão, junto ao restante do
grande público. No momento em que, de acordo com Bento XVI, a
prioridade da instituição diz respeito à afirmação identitária frente
aos “perigos do relativismo”, as teses da Obra parecem estar cada vez
mais em conformidade com a vertente dominante no catolicismo.

 
NOTAS

[1] Catherine Fradier, Camino 999, Paris, Après la Lune, 2007

 
[2] A Opus Dei reúne tipos diversos de membros. Os
“extra-numerários” (cerca de 70%) são, em sua maioria, casados e levam
uma vida familiar que, embora muito marcada pela prática religiosa
intensa, não deixa de ser similar àquela da população conservadora dos
países em que vivem. Os “numerários” e os “agregados” (designações que
depeno Opdem do fato de a pessoa viver ou não nos centros da Obra)
comprometem-se ao celibato, mas não pronunciam votos como os
religiosos. Finalmente, há também os padres (2%). Alguns padres
diocesanos não são diretamente integrantes da Opus Dei, mas filiados à
Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, que dele depende.

 
[3] François Normand, “La troublante ascension de l’Opus Dei”, Le Monde Diplomatique, edição francesa setembro de 1995.

 
[4] Sobre este assunto, ler, por exemplo, Véronique
Duborgel, Dans l’enfer de l’Opus Dei (Paris, Albin Michel, 2007), o
testemunho de uma antiga integrante da Obra.

 
[5] Isso ocorre especialmente na Espanha e na América
do Sul. No Reino Unido, Ruth Kelly, a atual ministra dos Transportes do
governo trabalhista de Gordon Brown, não faz mistério do fato de ser
uma integrante extra-numerária da Opus Dei.

 
[6] Beatificado em 1992, Escrivá foi canonizado por
João Paulo II em 2002. Os processos de beatificação e canonização, que
em geral se arrastam por um tempo extremamente longo, transcorreram com
surpreendente rapidez, no caso do fundador da Opus Dei, suscitando
desconfianças e protestos. Falou-se, na época, que a organização
salvara as finanças do Vaticano depois da falência fraudulenta do Banco
Ambrosiano e que, como retribuição, o papa atendera a várias de suas
demandas. A afirmação é contestada por simpatizantes da Obra [nota da
edição brasileira impressa].

 
[7] Vale lembrar o cerceamento imposto ao teólogo
brasileiro Leonardo Boff pela Sagrada Congregação para a Doutrina da
Fé, então dirigida pelo cardeal Joseph Ratzinger, hoje papa Bento XVI.
Em 1985, Boff, um dos nomes mais respeitados da Teologia da Libertação,
foi condenado a um ano de “silêncio obsequioso”, perdendo sua cátedra e
suas posições editoriais em instituições católicas. Em 1986, recuperou
algumas funções, mas novas pressões levaram-no a abrir mão do
sacerdócio, em 1992. Livre das amarras, continua escrevendo e
ensinando. É autor de mais de setenta livros e integrante do Conselho
Editorial de Le Monde Diplomatique Brasil, edição impressa. Publicou o
artigo “Teologia da Libertação: viva e atuante”, no segundo número
deste períodico (setembro de 2007) [nota da edição brasileira].

 
[8] Todos os detalhes dessa estratégia, explicados
por alguns de seus idealizadores, podem ser encontrados em Marc
Carrogio, Brian Finnerty e Juan Manuel Mora, “Three years with the Da
Vinci Code”, em Direzione strategica della communicazione nella Chiesa:
nuove sfide, nuove proposte, Roma, EDUSC, 2007.

 
[9] L’Espresso, 30 de julho de 2005.

 
[10] Até hoje, as beatificações e canonizações da
Igreja católica dizem respeito, quase que exclusivamente, a religiosos
e religiosas.

 
[11] Os primeiros opucianos incorporados à cúpula do
regime franquista (Mario Navarro Rubio, ministro das Finanças e Alberto
Ullastres, ministro do Comércio) passaram a exercer suas funções em
1957. Segundo diferentes estimativas, até a queda da ditadura, em 1975,
de oito a doze ministros espanhóis foram membros da Opus Dei.


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